A reação da base governista à implantação da CPI da Saúde, na Assembleia Legislativa de Goiás, veio nesta quinta-feira (9/6). Se não será mais possível engavetar a comissão de inquérito, o objetivo agora é mudar o seu comando, que ficou todo nas mãos dos deputados da oposição.
Foi uma enorme cochilada ontem da base do governador Ronaldo Caiado (UB), que começou ser revertida por articulação direta do presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSD). Que, como todos sabem, é pré-candidato ao Senado e busca se cacifar para a vaga na chapa do governador.
Como justificativa para mudar o comando da CPI, Lissauer Vieira tem usado dois argumentos: que a comissão foi instalada sem seu conhecimento, como presidente da Casa, e que não atendeu o critério de proporcionalidade das bancadas na Casa. Ou seja: os partidos maiores têm direito a indicar os principais membros da comissão.
Sobrou até para um antigo servidor da Assembleia, Rubens Sardinha, atual diretor parlamentar da Casa. Foi responsabilizado pelo presidente pelo sucesso da oposição na instalação da CPI.
Lissauer deu dez dias para as bancadas indicarem os novos membros. Claro, numa composição em que a base governista tenha o controle da CPI, especialmente a presidência e a relatoria. De acordo com a regra de proporcionalidade, indicarão membros os seguintes partidos: União Brasil, MDB, PL, PSD e Patriota. Como a CPI é de sua iniciativa, o deputado-delegado Humberto Teófilo (Patriota) deve ser, obrigatoriamente, um dos escolhidos.
Originalmente, a CPI tinha na presidência o deputado tucano Helio de Sousa, na vice o deputado Paulo do Trabalho (PL) e na relatoria Humberto Teófilo. Todos de oposição ao governo Caiado. O pedido para instalar a comissão só vingou quando Hélio de Sousa presidia ontem (8/6) a sessão no Legislativo. O líder do Governo, Bruno Peixoto (MDB), até tentou reverter a situação, mas já era tarde.