Somente nos últimos dois dias, o Banco Central vendeu quase US$ 5 bilhões para segurar a alta da cotação do dólar. Atualmente, o país tem US$ 363,6 bilhões em reservas internacionais.
Nesta sexta-feira (13/12), pela primeira vez desde agosto, o BC vendeu dólares das reservas internacionais, sem comprar o dinheiro de volta, para segurar a alta da moeda norte-americana. A autoridade monetária leiloou US$ 845 milhões para fazer cair a cotação.
A última venda de dólares do tipo ocorreu em 30 de agosto, quando a autoridade monetária vendeu US$ 1,5 bilhão.
Nesta quinta-feira (12/12), o BC tinha leiloado US$ 4 bilhões das reservas internacionais. No entanto, na modalidade leilão de linha, com o compromisso de comprar de volta uma parte em fevereiro e outra em abril e reincorporar os recursos às reservas externas.
A cotação desacelerou e caiu nesta sexta-feira para R$ 6,02. Antes, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 6,07.
Dólar deve subir mais
O mercado já projeta o dólar a R$ 6,25 em 2025, refletindo crescentes preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e a condução da política econômica brasileira nos próximos trimestres. Embora o fortalecimento global do dólar tenha influenciado a alta, fatores internos são os principais responsáveis pela desvalorização do real.
Uma parcela minoritária da alta do dólar pode ser atribuída a fatores externos. O desempenho do real em relação a outras moedas emergentes, como as de países exportadores de commodities, reforça a percepção de que a política fiscal e monetária do Brasil está sendo observada com cautela pelos investidores.
O aumento da taxa Selic para 12,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) indica uma preocupação com os impactos inflacionários da valorização do dólar. Contudo, ações que prejudiquem a credibilidade fiscal, aumentem gastos parafiscais ou envolvam intervenções no mercado cambial podem acelerar ainda mais a desvalorização do real.
Se os problemas fiscais e econômicos persistirem, o dólar pode ultrapassar os R$ 7. O ano que vem será decisivo para alinhar as expectativas do mercado e evitar que a crise cambial se agrave.