O ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou ontem que a Polícia Rodoviária Federal disperse em todo o país bloqueios em estradas feitos desde a noite de domingo por caminhoneiros bolsonaristas contestando o resultado das urnas e pedindo um golpe de estado. Caso a ordem não seja cumprida, Moraes determinou uma multa diária de R$ 100 mil contra o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques e até mesmo sua prisão.
Desde o início da madrugada, mais seis ministros do STF referendaram, via plenário virtual, a decisão de Moraes. Vídeos de diversas partes do país mostram agentes da corporação sendo complacentes com os caminhoneiros ou mesmo demonstrando apoio aos bloqueios.
Organizada via aplicativos, a ação dos caminhoneiros não tem líderes claramente identificados. Wallace Landim, o Chorão, que comandou a greve de 2018, condenou a paralisação, assim como a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que chamou os bloqueios de “antidemocráticos”.
Em Goiás
Uma decisão liminar da Justiça Federal de Goiás foi proferida na noite desta segunda-feira (31/10) determinando que os manifestantes que estiverem impedindo ou dificultando o trânsito nas rodovias federais localizadas no Estado de Goiás, devam desbloquear as pistas para que o tráfego possa fluir, sendo obrigatório o cumprimento por parte dos manifestantes.
Em caso de desobediência, é previsto uma multa no valor de R$ 10 mil por pessoa e R$ 100 mil por pessoa jurídica que lidere ou preste apoio ao movimento. O Ministério Público Federal (MPF) irá investigar a situação.
Goiás tinha, até ontem, pelo menos 14 pontos de rodovias estaduais e federais interditadas total ou parcialmente por apoiadores do presidente Bolsonaro. O Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) afirma que os caminhoneiros que trabalham de forma individual não estão envolvidos nos protestos.
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