O discurso oficial de presidente Jair Bolsonaro (PL) é o de que os áudios do grampo sobre as conversas do ex-ministro Milton Ribeiro (foto) não trazem nenhuma evidência concreta de crime da parte do presidente e que o caso ‘não vai dar em nada’. Nas conversas de bastidores, porém, o clima é de apreensão.
O primeiro motivo é o temor de que haja mais conversas comprometedoras do ex-ministro citando o presidente da República. Há, ainda, uma percepção generalizada de que a PF vive uma disputa com o próprio Bolsonaro, em razão da decisão do governo de não dar o reajuste salarial pedido pela categoria neste ano.
O ministro Anderson Torres (Justiça) negou ontem (26/6) ter repassado ao presidente Jair Bolsonaro informações sobre as investigações que levaram à prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Em escuta telefônica feita pela Polícia Federal, Ribeiro disse à filha que Bolsonaro lhe telefonara dizendo “ter um pressentimento” de que fariam uma “busca e apreensão”.
O presidente Bolsonaro voltou a defender também ontem Ribeiro, afirmando que a prisão de seu ex-ministro foi “injusta” e que a investigação de irregularidades no MEC partiu de um pedido do próprio ministério à Controladoria Geral da União (CGU). Ele aproveitou para dizer que pretende anunciar “nos próximos dias” o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto como seu candidato a vice.
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