A validade do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid pode ser contestada pela equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O acordo foi firmado com a Polícia Federal e homologado pelo ministro Alexandre de Moraes (STF), mas sem o aval do Ministério Público Federal (MPF).
Uma parte dos assessores de Bolsonaro avalia que o tema é polêmico e deve ser explorado como estratégia de defesa, no futuro. Outra diz, reservadamente, que esta medida ainda não está na mesa, que antes é preciso ter acesso à delação.
Esse último grupo considera o acordo contestável, mas, por ora, é melhor observar, deixando a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a PF brigarem. O Supremo decidiu em 2018 que a PF pode firmar acordos de delação premiada sem o aval do MPF. Apesar disso, o tema segue gerando discussões.
‘Muito o que falar’
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, disse que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro vai voltar à PF para prestar novos depoimentos. “É o compromisso dele com a delação homologada”, disse, acrescentando que Cid tem “muito o que falar”. E, com a soltura do militar, as defesas de outros cinco presos na operação sobre fraude de cartão de vacinas vão reiterar os pedidos de liberação de seus clientes.
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