A Petrobras segue no centro dos holofotes da agenda do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele disse que é “obrigado a mexer peças no tabuleiro” da estatal. Ao menos quatro nomes da administração da companhia estão com seus cargos ameaçados. Isto um dia depois de dizer que o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tem “carta branca” no MME. Segundo o presidente, “pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão”.
O foco de Bolsonaro na Petrobras não está apenas no presidente da estatal, José Mauro Coelho. De acordo com O Globo, o presidente também quer trocar outros três membros da alta administração: os diretores financeiro (Rodrigo Araújo); de relacionamento institucional e sustentabilidade (Rafael Chaves); e de transformação digital e inovação (Juliano Dantas). Os dois últimos sem relação com a precificação dos combustíveis.
A pressão de Bolsonaro para a troca é atribuída, na cúpula da petroleira, a um grupo de “espiões”, ex-militares que o presidente colocou em postos-chave na companhia. Os assessores da presidência Carlos Victor Nagem e Angelo Denicoli, além do gerente-executivo de segurança Ricardo da Silva Marques, são chamados na empresa de “dedos-duros de Bolsonaro”.
O presidente disse que “tem mais coisa para acontecer na questão da Petrobras” e que está “sempre fazendo alguma coisa para buscar alternativas” – sem, contudo, dar detalhes sobre as possíveis ações. Disse que vai “entrar na Petrobras” porque a petroleira, para ele, tem lucro excessivo. Bolsonaro disse, ainda, que a estatal atende “interesses não sei de quem”.
Caminhoneiros
Em paralelo aos ataques à Petrobras, Bolsonaro fez um aceno aos caminhoneiros, base de apoio ao governo, e editou nesta terça-feira (17/5) uma medida provisória que altera a lei que trata da tabela do frete pago a transportadores de carga. Com a mudança, o frete será revisto se valor do diesel oscilar a partir de 5%.