O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aterrissou no início da manhã desta quinta-feira (30/3) em Brasília, após passar três meses nos Estados Unidos. O voo comercial chegou por volta das 6h40. A chegada foi sem a pompa e circunstância que ele desejava. O esquema de segurança traçado pela Polícia Federal e pela Secretaria de Segurança do Distrito Federal não permitiu grande movimentação no aeroporto nem nos principais pontos da capital.
No saguão, alguns apoiadores esperavam o ex-presidente. Bolsonaro, no entanto, saiu por uma rota reservada e seguiu, em comboio escoltado pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, para um evento fechado com familiares e aliados.
Na chegada, Bolsonaro foi recebido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pelo ex-ministro Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022. O ex-presidente fez um aceno rápido a apoiadores na porta do edifício, e voltou para o evento sem dar declarações.
“É com orgulho grande que retorno. Vou receber muita gente, conversar”, afirmou Bolsonaro para aliados no evento fechado. “Eu estava no Estado republicano. É um sonho nosso seguir esse Estado norte americano, em muitas coisas de bom que tem lá. Lá é o Estado brasileiro que deu certo. Tudo lá é o queremos implantar aqui também: liberdade de expressão, propriedade privada, legítimo direito à defesa. Liberdade para poder trabalhar”, disse.
O ex-presidente também disse que os integrantes do atual governo “não vão fazer o que bem querem com o futuro da nossa nação”. “Eu lembro lá atrás, quem é mais velho lembra disso, quando alguém criticava o Parlamento, Ulysses Guimarães dizia: ‘Espera o próximo’. Desta vez, o próximo melhorou e muito. O Parlamento está nos orgulhando pelas medidas, pela forma de se comportar, de agir lá dentro, fazendo realmente o que tem que ser feito e mostrando para esse pessoal que, por ora, por pouco tempo, está no poder, eles não vão fazer o que bem querem com o futuro da nossa nação”, afirmou.
Depoimento na PF
Na véspera do seu retorno, a Polícia Federal intimou o ex-presidente Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e o chefe do serviço de inteligência paralelo, Marcelo Costa Câmara, a depor sobre os três conjuntos de joias presentados pelo regime saudita. O depoimento foi marcado para próxima quarta-feira. A defesa de Bolsonaro afirmou que será uma oportunidade para ele prestar todas as informações necessárias.
Paralelamente, o TCU determinou, ontem, que o ex-presidente devolva em até cinco dias úteis o terceiro conjunto de joias. O ministro do TCU João Augusto Nardes determinou que, caso existam, outros presentes da Arábia Saudita sob posse de Bolsonaro sejam devolvidos com essa terceira caixa. O ex-presidente disse ontem que “nada foi escondido”, quando questionado sobre as joias.