O núcleo do presidente-candidato Jair Bolsonaro (PL) comemora o resultado da mobilização, nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de Setembro. Conseguiu levar cerca de 100 mil pessoas para as ruas de Brasília (DF) e também quase o mesmo tanto para a orla do Rio de Janeiro (RJ). Em várias outras capitais, inclusive Goiânia, também ocorreram manifestações de apoio ao presidente.
Bolsonaro aproveitou para fazer discursos, atacar adversários e pedir votos. E evitou atacar diretamente o STF e seus ministros. Os presidentes do STF, Luiz Fux, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não compareceram. E nem mandaram representantes ao desfile na capital federal. Mas foram convidados.
Jair Bolsonaro precisava colocar muita gente na rua para demonstrar força política. E os eleitores do presidente são engajados. Atenderam ao pedido. Há um fato incontornável na atual corrida eleitoral: os militantes do PT, em geral mais efusivos, têm sido mais tímidos em manifestações de rua. Em 21 de agosto, Lula quis dar uma demonstração de força no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Pouco menos de 10.000 pessoas apareceram.
Eleitorado fiel
Ocorre que colocar pessoas nas ruas muitas vezes não basta para ganhar uma eleição. Mesmo com grandes comícios no passado, o PT demorou para chegar ao poder. No caso de Bolsonaro, é inegável que ele tem um eleitorado fiel. Só que precisa ir além se desejar vencer a disputa. E o discurso do presidente às vezes não o ajuda nessa missão.
Mas, é fato que a demonstração de força do bolsonarismo incomodou os adversários. Os comandos de campanha do ex-presidente Lula (PT) e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) pediram ao TSE uma investigação contra Bolsonaro por uso abuso de poder econômico e político do presidente nos atos de ontem. Segundo os advogados de Lula, Bolsonaro usou o evento cívico-militar, do qual deveria participar estritamente como chefe do Executivo, para fazer um “megacomício” de campanha.
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