O ex-presidente Jair Bolsonaro (PF) deve depor novamente nesta terça-feira à Polícia Federal (PF) sobre a inserção fraudulenta na base de dados do SUS de cartões de vacinação dele e de outras pessoas. Mas a PF quer também que Bolsonaro e seu antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, expliquem os recursos em contas nos Estados Unidos supostamente ligadas ao ex-chefe do Executivo.
Após as explicações, os investigadores vão decidir se pedem ou não ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional que solicite ao governo americano a quebra do sigilo dessas contas. Outro resultado das perícias e escutas foi a identificação de depósitos em dinheiro feitos por ordem de Cid, que está preso, em contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Distanciamento
Mais do que os indícios de fraude, os planos de golpe de Estado em conversas de Mauro Cid aprofundaram o distanciamento entre o comando do Exército e os militares bolsonaristas. Causaram revolta os planos para aliciar ou contornar comandantes de tropas.
Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu uma guinada de 180 graus, embora o procurador-geral continue sendo Augusto Aras. Entre fevereiro e dezembro de 2022, ele pediu pelo menos seis vezes que investigações contra Bolsonaro e seus parentes fossem arquivadas, alegando que as provas eram ilegais e nulas.
Desde a mudança de governo, porém, a PGR deixou de contestar as decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes e defendeu a utilização das mesmas provas.
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