Cada um a seu modo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dão indicações de que não pretendem participar de debates no primeiro turno das eleições de outubro. “Por quê? Se eu for, os 10 candidatos vão querer o tempo todo dar pancada em mim”, disse Bolsonaro.
Ele afirmou que vai debater num eventual segundo turno, mas defende que os participantes não sejam surpreendidos pelas perguntas. “O debate tinha que ser com pergunta pré-acertada com os encarregados, para não baixar o nível”, alegou.
Já no lado petista, na semana passada, o comando da campanha lançou a ideia de que sejam realizados apenas três debates no primeiro turno, transmitidos em formato de pool, como acontece nos EUA. Neste formato, todos os veículos participam conjuntamente. Além disso, a presença de Bolsonaro seria condição fundamental para que Lula participasse.
O ex-presidente já recebeu convites para 11 desses encontros de candidatos, o que sua campanha considera inviável.
O debate organizado pela Frente Nacional dos Prefeitos com os candidatos ao Planalto em 2022 foi cancelado após Bolsonaro e Lula informarem que não vão comparecer ao evento, que deveria acontecer na próxima segunda-feira. Todos os candidatos confirmaram a presença, menos os dois que lideram as pesquisas e têm evitado desgastes.
Terceiro colocado nas pesquisas, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) diz que a ausência de Lula e de Bolsonaro seria “um crime contra a democracia”.
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