Depois de despencar quase 5% na manhã de hoje, o mercado de ações brasileiro respirou mais aliviado depois que o presidente Jair Bolsonaro garantiu publicamente Paulo Guedes no Ministério da Economia. “Conheci Guedes antes das eleições, nos entendemos muito bem, tenho confiança absoluta nele, e ele também entende atribuições que o governo passa”, disse para a imprensa depois de fazer uma “visita surpresa” ao gabinete de Guedes.Com isso, até às 16h30, a Bolsa reduziu as perdas de hoje para 0,8% e o dólar comercial, que havia disparado nesta manhã, apresenta queda de 0,2%, cotado a R$ 5,65.
O presidente Bolsonaro afirmou que não existe “solavanco” na pauta econômica e minimizou as desavenças entre a ala política e Guedes no governo. “Nós entendemos que a economia está ajustada. Não existe solavanco. Não existe descompromisso da nossa parte. Queremos o bem do Brasil e esse é nosso objetivo”, disse. O presidente defendeu o aumento do Auxílio Brasil para cerca de 16 milhões de pessoas. Segundo ele, o valor de R$ 400 tem responsabilidade e o governo não fará “aventuras” para aumentar o ticket médio do programa que substitui o Bolsa Família. “Deixo claro: esse valor, decidido por nós, tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura”, enfatizou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, concordou com a ideia de pagar R$ 400 para os beneficiários do Bolsa Família e com a mudança na regra do teto de gastos. Ao lado do presidente, disse que houve muito barulho na busca por recursos para financiar o novo programa Auxílio Brasil. “Naturalmente a política começa a sacudir”, afirmou. Disse que há apenas uma “aparente briga” entre a ala política e econômica do governo. Segundo Guedes, deve haver uma “linha de equilíbrio” entre a austeridade fiscal e o pagamento aos mais vulneráveis com o fim do auxílio emergencial.
“O presidente traçou a linha do meio. Vamos até R$ 400. Não são os R$ 600 que a ala política pode querer, mas também temos que arrumar um dinheiro extra ai”, afirmou Guedes. Nas contas do ministro, serão desembolsados pouco mais de R$ 3 bilhões para os caminhoneiros e R$ 30 bilhões para o Auxílio Brasil.