O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já estaria com um pé dentro do Progressistas (PP), segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O pepista disse que a maioria de seu partido “vai aceitar” eventual filiação do presidente, que já foi do PP por 11 anos. Bolsonaro deixou o PSL, sigla pela qual foi eleito, em novembro de 2019, e precisa se filiar a uma nova legenda para disputar a reeleição em 2022.
“Penso que a maioria do PP aceita de bom grado a filiação do presidente Bolsonaro”, declarou Lira em entrevista à revista Veja. “Mais dificuldades ou mais facilidades são inerentes à política. Penso que as pesquisas são momentâneas”, afirmou. Lira é o principal líder do grupo político conhecido como Centrão. O bloco, e o PP, hoje está com Jair Bolsonaro. Mas no passado apoiou governos do PT, assim como o de Michel Temer (MDB) e o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Dificuldades
Um problema para Bolsonaro no PP será garantir palanques fortes nos Estados em 2022. Os pepistas geralmente buscam alianças regionais que favoreçam a eleição de deputados e senadores, quando não têm candidatos próprios a governadores. Em Goiás, por exemplo, o PP presidido por Alexandre Baldy caminha a passos largos para fechar apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado (DEM) (leia mais aqui), que dificilmente estará no mesmo palanque de Bolsonaro (saiba mais aqui, aqui e aqui). Pelo menos, não no primeiro turno.
Há especulação de que Bolsonaro pedirá o comando do PP em alguns Estados para garantir alguns palanques fortes. Em Goiás, pode tentar emplacar o deputado federal Vitor Hugo (PSL) na presidência do diretório estadual do partido. Entretanto, não seria algo muito fácil. Pelo contrário. Além de Alexandre Baldy ter um excelente relacionamento com a cúpula nacional dos Progressistas, os pepistas são pragmáticos. O interesse local geralmente fala mais alto.