O clima era de campanha e os discursos eram de campanha, mas o presidente Jair Bolsonaro jura que o encontro do PL na manhã de ontem (27/3) em Brasília não era campanha antecipada. Por orientação de advogados, o evento foi repaginado como um ato para estimular a filiação à legenda. Mas, na véspera, o próprio Bolsonaro admitira que era o lançamento de sua “pré-candidatura”.
Com o cuidado de não pedir votos explicitamente, Bolsonaro discursou dizendo que a eleição não era uma luta entre “direita e esquerda”, mas entre “o bem e o mal”. Ele também afirmou que tem “um exército” a seu lado, mas negou que o tom fosse de ruptura. “Por vezes me embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas, mas eu jurei, e não foi da boca para fora, jogar dentro da Constituição”, disse.
O ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, filiou-se ao PL, cacifando-se para ser vice de Bolsonaro. Os ministros João Roma (Cidadania) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) também assinaram filiação ao PL. A ida de Roma para o PL foi acordada com o Republicanos, partido ao qual foi filiado por quase 7 anos. Com aval de Bolsonaro, Roma vai disputar o governo da Bahia e Pontes será candidato a deputado federal por São Paulo.
Em compensação, os ministros Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Damares Alves (Família, Mulher e Direitos Humanos) se filiarão ao Republicanos. O líder do Governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), deixou o MBD e se filiou ao PL.