O Centrão pediu moderação, mas o presidente Jair Bolsonaro entregou mais radicalismo. Ao discursar no domingo em vídeos exibidos em atos em 17 capitais, voltou a ameaçar as eleições caso não haja voto impresso, virtualmente descartado pelo Congresso Nacional. “Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição. Nós que exigimos. Pode ter certeza”, disse ele, no vídeo exibido em Brasília. Autoridades bolsonaristas, como a ministra Damares Alves e a deputada Carla Zambeli (PSL-SP), participaram dos atos, assim como o ex-chanceler Ernesto Araújo.
No sábado, em pleno clima de campanha antecipada, Bolsonaro já havia ameaçado as eleições durante uma ‘motociata’ em Presidente Prudente (SP). Enquanto passeava de moto, Bolsonaro, embora convidado, não compareceu nem mandou representante à reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, destruído por um incêndio em 2015. Além do anfitrião João Doria, estavam presentes os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, além dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer.
Enquanto isso…
O presidente do TSE, Luiz Roberto Barroso, gravou vídeos em inglês, espanhol e francês para explicar ao resto do mundo que as urnas eletrônicas são seguras, eficientes e auditáveis. Já a CPI da Pandemia retoma esta semana seus trabalhos. O principal foco dos senadores serão as negociações suspeitas para a compra de vacinas, em particular as tratativas entre a empresa Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a aquisição da Covaxin. O contrato foi cancelado, mas isso não deve arrefecer a investigação.