Levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que a balança comercial brasileira tem registrado déficits cada vez maiores nas trocas internacionais de bens e serviços de alta e média-alta intensidade tecnológica.
E a guerra comercial suscitada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem potencial de aumentar ainda mais a concorrência com os produtos brasileiros dessa indústria de mais alta capacidade tanto no mercado doméstico quanto no exterior.
Os bens industriais mais intensivos em tecnologia foram deficitários em US$ 123,8 bilhões em 2024. Já os bens de baixa e média-baixa tecnologia, que incluem produtos industriais e commodities, foram superavitários em US$ 192,2 bilhões. O grupo de média tecnologia ficou próximo à estabilidade em 2024, com saldo positivo de US$ 5,5 bilhões.
Novas barreiras comerciais à produção chinesa nos EUA e Europa podem levar o país asiático a disputar espaço com as exportações brasileiras em outros mercados, como ocorreu na crise global de 2008 e 2009, sinaliza Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi.
Retaliação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta segunda-feira (10/2) a informação de que o Brasil reagiria aos tarifaços de Trump sobre o aço brasileiro taxando plataformas de tecnologia dos EUA, como Meta, Spotify e Amazon. “Vamos aguardar a orientação do presidente”, frisou.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, se reuniu com sua equipe para preparar uma resposta ao anúncio de Trump. Após o encontro, no entanto, não disse quais medidas o Brasil vai adotar como resposta. “Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração”, disse.