Com o aumento nos preços das passagens aéreas, o brasileiro busca alternativas na hora de viajar, especialmente na alta temporada. A mais comum tem sido trocar o avião pelo ônibus. Em alguns dos trechos mais procurados no país, como entre São Paulo e Rio da Janeiro, a diferença do valor da passagem chega a até 19 vezes. Em média, são necessários R$ 119,00 para ir de ônibus e R$ 1.306,00 para ir de avião.
“Esse aumento na demanda tem uma explicação clara: viajar de avião está mais caro, especialmente quando é uma viagem de última hora. Inclusive nas compras com antecedência, a diferença é enorme”, explica Edson Lopes, diretor geral da FlixBus Brasil, empresa de tecnologia em serviços rodoviários.
Um sinal de que os viajantes do aéreo estão migrando para o ônibus é o aumento do percentual de passageiros de alta renda que tem utilizado o transporte rodoviário no Brasil. De acordo com o Flix Brand Tracker, o volume de consumidores com renda mensal acima de 10 mil reais viajando de ônibus dobrou de 4% para 8% de 2021 para 2022. Já o percentual de viajantes com renda entre 5 mil e 10 mil reais por mês aumentou de 16% para 19%.
Rotas como Rio-São Paulo, Goiânia-Brasília, Curitiba-Florianópolis estão cada vez mais concorridas. “Há um crescimento do desejo e interesse do brasileiro em continuar viajando de ônibus”, destaca Edson Lopes. Dados da Flix Brand Tracker mostram, ainda, que apenas 42% dos usuários de ônibus no país consideram avião como opção na hora de comprar passagens. O que está diretamente relacionado com os preços mais altos.
Flexibilidade
A flexibilidade das passagens de ônibus também chama a atenção. Os preços conseguem permanecer competitivos mesmo com a compra mais próxima da data da viagem, diferentemente das empresas de transporte aéreo, assim como em caso de necessidade de troca. “Essa facilidade também pesa na hora da escolha”, destaca Lopes.
Outro ponto que também precisa ser levado em conta é o preço das bagagens. Na tarifa padrão de avião, é possível levar apenas uma bagagem de mão de até 10 quilos. Já de ônibus, o passageiro tem a opção de despachar até 30kg mais 5kg como bagagem de mão.
Segundo a ANTT, em 2022, cerca de 65% dos passageiros transportados no serviço regular rodoviário utilizaram as categorias executivo e semileito, enquanto a categoria convencional representou 25% dos passageiros.
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