O novo comando nacional do União Brasil deve favorecer o projeto do governador Ronaldo Caiado de disputar a eleição presidencial em 2026. Nesta segunda-feira (20/11) a presidência nacional do partido muda de mãos: sai o deputado federal Luciano Bivar (PE) e assume o advogado Antônio Rueda.
Segundo o portal O Antagonista, a ideia de Rueda é levar a sigla mais para a chamada “direita democrática” e tentar se reaproximar dos eleitores conservadores. Para 2026, um nome é tido como certo para disputar a presidência da República: o governador Caiado.
Entretanto, antes de 2026, o partido tem de lidar com as eleições municipais de 2024. Especialmente de candidatos a prefeito alinhados à direita brasileira. Para a Prefeitura de São Paulo, a aposta do UB é o deputado federal Kim Kataguiri (SP). Em Goiânia, Ronaldo Caiado tem estimulado uma candidatura do empresário Jânio Darrot (MDB), que deve filiar no UB, ex-prefeito de Trindade.
Sobre o projeto para 2026, Caiado tem enfatizado que seu nome está à disposição do partido. Inclusive, disse recentemente querer contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Se eu tiver sucesso em uma candidatura, se eu for indicado, é lógico que vou buscar o apoio dele [Bolsonaro]“, afirmou em entrevista ao portal Metrópoles.
Volta à direita
Convém lembrar que o União Brasil surgiu da fusão entre DEM e PSL, ex-partido de Bolsonaro e que atraiu boa parte dos deputados de sua base, mas que depois migraram para o PL com o ex-presidente. Do antigo PSL, restaram, fundamentalmente, os parlamentares mais alinhados à pauta do Palácio do Planalto, como o próprio Bivar.
Além disso, o UB comanda atualmente três ministérios no governo de Lula (PT), maior líder da esquerda brasileira. O partido tem os ministros Juscelino Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) no comando de um orçamento somando de R$ 15,6 bilhões.
Mas a sua bancada federal, de 59 deputados, está rachada. Entre integrantes da cúpula, há um entendimento de que o União tende a ganhar se adotar mais o estilo do antigo DEM, sigla de centro-direita que tinha unidade na cadeia de comando, e deixar de lado a herança do PSL. Com isso, deve também dar mais voz a lideranças como o governador Ronaldo Caiado, alinhado à direita.