O governador Ronaldo Caiado (UB) começa a se tornar mais conhecido no País, especialmente nos estados do Sul e Sudeste. Segundo a pesquisa Genial/Quaest, divulgada neste mês, o goiano tem índices de conhecimento que oscilam entre 35% e 37% no Paraná, em São Paulo e em Minas Gerais. Não por coincidência, são regiões em que Caiado tem intensificado a sua agenda nos últimos meses de olho numa candidatura à presidente da República em 2026.
Neste sábado (20/4), Caiado participou ao lado do governador Romeu Zema (Novo/MG) da posse da nova diretoria da Associação dos Sindicatos de Produtores Rurais dos Vales Mucuri e Jequitinhonha (Asprovales), na cidade de Carlos Chagas (MG), no Vale do Mucuri. A entidade representa 34 sindicatos do agronegócio mineiro, de mais de 80 cidades.
O novo presidente da Asprovales, André Costa, definiu o governador goiano como “um dos maiores ícones da política brasileira”, elogiando sua história em defesa dos interesses do produtor rural. “Pude presenciar a força nas suas palavras e a defesa do seu posicionamento ainda ecoa nesta região”, frisou.
Ronaldo Caiado também deve participar de campanhas eleitorais para prefeituras de capitais em que o União Brasil vai disputar. O seu partido tem pré-candidaturas a prefeito em 12 capitais, incluindo Goiânia. Segundo o jornal O Popular, Caiado quer aproveitar as eleições municipais para tornar seu nome também mais conhecido no Nordeste brasileiro. Como em Salvador (BA), onde o prefeito Bruno Reis lidera as pesquisas eleitorais.
“Acho que poucos lembram de mim, lá atrás, dos meus debates com (o agora presidente) Lula, quando eu era presidente da UDR, tinha 39 anos”, frisou Caiado ao jornal O Estado de S.Paulo. “Considero que posso me apresentar ao meu partido pensando numa pré-candidatura. Minha trajetória de vida me credencia para isso. É claro que ainda falta bastante tempo e esse assunto será tratado em 2026”, disse.
Direita brasileira
O governador de Goiás tem buscado se apresentar ao eleitorado brasileiro como principal alternativa da direita para as eleições de 2026, mas sem o mesmo radicalismo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Que, convém lembrar, está inelegível até 2030. “Temos que terminar com isso de uns contra os outros. Precisamos acabar com esse terceiro turno eterno”, afirmou o goiano sobre a polarização política no Brasil.
Para isto, Ronaldo Caiado aposta em bandeiras caras à direita brasileira. Uma delas é a segurança pública. Para o governador, o tema vai pautar as eleições de 2026. As pesquisas mostram que 59,2% da população está preocupada com a violência e o avanço do narcotráfico no Brasil. “Esse é o tema de maior relevância que temos hoje e a pesquisa mostra que 69% da população aprova minha gestão nessa área”, disse ao Estadão.
Também tem se posicionado contra segmentos mais identificados à esquerda brasileira, como o Movimento dos Sem Terra (MST). “Em Goiás não tem Abril Vermelho, não tem invasão de terra. É verde e amarelo”, enfatizou Caiado na semana passada.
Na opinião de Felipe Nunes, diretor da Quaest, a alta aprovação de Caiado em Goiás se deve a uma boa avaliação da maneira como ele faz a gestão e também ao fato de Goiás ser um Estado cuja população se identifica com a direita. Levantamentos mostram que 46% dos eleitores goianos se definem assim, 21% ao centro e 17% se diz de esquerda.
Contra Lula
O governador goiano também tem aumentado as críticas contra o presidente Lula (PT), que deve tentar a reeleição em 2026. Apesar do seu partido ter três ministros no governo petista. “Eu defenderei e acredito que o União Brasil vai se definir por uma candidatura de oposição (em 2026). Portanto, a posição deles (ministros) também terá que ser avaliada quando isso estiver definido”, disse Caiado.
A pré-campanha presidencial de Caiado e seus posicionamentos contra o radicalismo na direita brasileira também têm gerado insatisfação no núcleo em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Que tem o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) como principal nome para uma candidatura presidencial em 2026.
Embora Caiado enfatiza sempre que trabalha para ter o apoio de Bolsonaro na próxima eleição presidencial, reconhece que existem outros concorrentes. Além de Tarcísio, os governadores Ratinho Júnior (PSD/PR) e Romeu Zema. Até por isso, Caiado antecipou a sua pré-candidatura presidencial e adotado a estratégia de se tornar mais conhecido no País, principalmente nos maiores redutos eleitorais de Bolsonaro.
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