O governador Ronaldo Caiado (UB) vai nomear o economista Erik Figueiredo para comandar o Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), ligado à Secretaria Geral da Governadoria. Ele foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL). Antes, também foi subsecretário de Política Fiscal no Ministério da Economia, quando comandado pelo ex-ministro Paulo Guedes. A informação é do jornal O Popular.
Segundo apurou o colunista Caio Henrique Salgado, a conversa entre Caiado e Erik ocorreu nesta quarta-feira (18/1) em Goiânia, no Palácio das Esmeraldas. Convite feito e aceito, Erik já foi apresentado no mesmo dia para a sua futura equipe no Estado. Mas somente vai ser nomeado em fevereiro, porque precisa pedir nova licença da Universidade Federal da Paraíba.
“Vimos a oportunidade de agregar a visão de um gestor federal que ocupou importantes cargos em órgãos da União. Um profissional ímpar, que tem muito a acrescentar com sua vasta experiência conquistada como pesquisador sênior, e um grande defensor de políticas públicas exitosas pelos cargos que ocupou na esfera federal”, disse o secretário estadual Adriano da Rocha Lima (Governadoria), que participou da reunião entre o governador e o ex-presidente do Ipea.
Uma prioridade do IMB para este ano será realizar estudos que vão orientar os investimentos do Estado que serão bancados pelo fundo criado pelo governo Caiado, a partir de contribuição de produtores rurais. Professor do departamento de Economia da Universidade Federal da Paraíba, Figueiredo possui pós-doutorado na Universidade do Tennessee, no Estados Unidos, e doutorado em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Polêmica
No comando do Ipea, Erik Figueiredo foi denunciado à Procuradoria-Geral da República (PGR) pela Afipea, entidade que representa os servidores do instituto, por práticas abusivas e abuso de poder político. Os servidores citaram um estudo divulgado no ano passado pelo instituto, mostrando a redução da fome no Brasil. O resultado foi amplamente citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral do ano passado.
Divulgado em agosto passado, portanto há um mês do início da campanha eleitoral, o estudo do Ipea apontou que, enquanto a expectativa é de que a extrema pobreza cresceria 15% no mundo, segundo estimativa da ONU, o Brasil cairia 24% até o fim de 2022. Principal motivo: o Auxílio Emergencial pago pelo então governo Bolsonaro.
Segundo a Afipea, o estudo teria sido “baseado em ‘reflexões preliminares’ e assinado exclusivamente por Figueiredo, o que desrespeitaria os protocolos internos do instituo para publicação de estudos e pesquisas.
“No entendimento do sindicato, os entes públicos violaram a cartilha que o próprio Ipea circulou para os servidores, na qual são orientados a como proceder em período eleitoral, bem como fizeram uso da instituição para produção subliminar de propaganda governamental, configurando abuso de poder político”, disse a Afipea em nota.
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