O governador Ronaldo Caiado (União Brasil), primeiro, tirou o MDB de uma eventual candidatura ao governo de Goiás nas eleições deste ano, antecipando o convite para o presidente estadual do partido, Daniel Vilela, como seu próximo vice de chapa. Agora, o núcleo político do Palácio das Esmeraldas está empenhado para fechar as portas de outros partidos ao prefeito Gustavo Mendanha, de Aparecida de Goiânia, pré-candidato a governador.
As articulações palacianas passam principalmente pelo PSD, PP e Republicanos. E também tentam tirar lideranças de outros partidos que já declararam apoio para Mendanha, como Patriotas e Podemos. Para isto, Caiado usa dois trunfos: a vaga na sua chapa para o Senado e a força do governo para formar chapas para deputados estaduais e federais.
A vaga ao Senado interessa ao PSD, PP e Republicanos, que têm pré-candidatos a senador. A preferência palaciana sempre foi pelo ex-ministro Henrique Meirelles, não apenas pelo seu potencial de votos e capacidade financeira para estruturar uma campanha, mas também pela credibilidade que passaria para o palanque do governador.
O problema é que Meirelles pode desistir do projeto eleitoral. Principalmente, se o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) disputar o Senado. Só há uma vaga disponível para este ano. O tucano tem articulado nos bastidores, inclusive, em favor de Gustavo Mendanha. Marconi pode até mesmo não disputar a eleição para senador, caso o PSD feche aliança com o prefeito, e sair candidato a deputado federal, inclusive para ajudar a eleger uma boa bancada. É algo que o PSDB, no momento, não admitirá publicamente.
O plano B do Palácio das Esmeraldas é fortalecer a chapa de deputados do PSD. Isto ficou prejudicado com a desistência do presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira, de sair candidato. Era a principal aposta do PSD para a Câmara dos Deputados. O núcleo palaciano, então, busca agora outros nomes para a chapa proporcional do PSD. Inclusive, com a ajuda de Lissauer Vieira, que quer ser indicado pelo governo Caiado para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Pepistas e republicanos
O PP tem como pré-candidato ao Senado o ex-ministro Alexandre Baldy, presidente estadual do partido. Seu nome nunca foi o preferido pelos palacianos para estar na chapa de Ronaldo Caiado. Não aparece bem nas pesquisas e não tem o mesmo cacife financeiro de Meirelles. Também pesa contra o fato de ter sido preso pela Polícia Federal em agosto de 2020, mesmo que por apenas um dia. Aliás, Baldy e Caiado ficaram rompidos por bom tempo, até uma reconciliação no ano passado em nome das eleições deste ano. O pepista voltou a circular no Palácio das Esmeraldas.
Baldy está na expectativa de uma desistência de Meirelles para reivindicar a vaga de candidato ao Senado na chapa caiadista. Sabe que pode esperar até julho para decidir o seu projeto e com quem andará na campanha.
A situação do Republicanos é mais complicada. Não para a cúpula do partido, que prefere uma aliança com Ronaldo Caiado, tendo inclusive declaração antecipada de apoio do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz. Mas para o pré-candidato a senador João Campos, que é deputado federal e presidente do partido em Goiás. É um dos nomes menos cotados para estar na chapa caiadista. Em compensação, palacianos têm oferecido ajuda ao Republicanos para fortalecer suas chapas de deputados estaduais e federais, além de sinalizar apoio para as eleições municipais de 2024.