O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) deixou claro nesta quinta-feira (23/2) a sua aproximação com o governo Lula (PT), a qual rotulou de “convivência pacífica”. Pelo menos, até a eleição de 2026, quando Caiado pretende se candidatar à presidente da República. “É lógico que Estado não sobrevive sem que haja essa participação conjunta com o governo federal. Tanto é prova disso, que estamos aqui para tratar de um assunto de extrema relevância, que é o transporte coletivo na região do Distrito Federal e do Entorno”, disse.
Ronaldo Caiado esteve nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, onde se reuniu com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Convém lembrar que o governador goiano apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais de 2018 e 2022. Ambas disputadas contra candidatos do PT. Quando deputado federal ou senador, Caiado sempre se posicionou contra os governos petistas.
Entretanto, convém lembrar que o partido do governador goiano integra o atual governo do presidente Lula. Inclusive, com indicação de três ministros: da Integração, da Comunicação e do Turismo.
“É extremamente importante essa convivência pacífica e respeitosa ao resultado das urnas. Não teria outra maneira de responder que não seja essa. Eu, quando governador de Goiás, tive o apoio de 14 prefeitos e governei com 246. Nunca discriminei alguém por não ter tido apoio dele. Então essa é a maneira republicana de se governar”, afirmou Caiado ontem no Palácio do Planalto.
Transporte
O governador foi pedir ao ministro Padilha a suspensão do reajuste na tarifa que estava previsto para o transporte coletivo do Entorno do Distrito Federal (DF). E conseguiu. “Não podemos mais atacar o bolso do cidadão, que já é muito penalizado”, afirmou Caiado. A ANTT planejava reajuste de até 40% das tarifas.
Ronaldo Caiado também propôs a criação de um novo modelo de gestão compartilhada do transporte coletivo no Entorno. Com passagens parcialmente subsidiadas pelo poder público. Entregou um projeto ao ministro de Relações Institucionais, o qual sugere que o sistema deve ser gerido de forma conjunta pelos governos de Goiás, Distrito Federal e União.
O governador disse ao ministro Padilha que é preciso do apoio do governo federal para implementar as mudanças, visto que hoje a responsabilidade é exclusiva da ANTT.