O governador Ronaldo Caiado (DEM) rebateu hoje as provocações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do processo de adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que está na mesa do presidente para assinar, e disse que ele “pode estar mal assessorado”. Caiado explicou em entrevista ao jornal O Popular que o governo do Estado conseguiu o aval do Ministério da Fazenda porque fez um bom trabalho de saneamento das contas públicas, reconhecido pelo ministro Paulo Guedes, e que a situação fiscal de Goiás não se deteriorou por causa da pandemia.
Bolsonaro disse na noite de quinta-feira, em sua live transmitidas pelas redes sociais, que ainda vai “esperar um pouco” para assinar a autorização do RRF, pois quer conhecer melhor as condições, e disse que a situação fiscal do Estado é fruto da política de enfrentamento da pandemia adotada por Caiado. O presidente estava acompanhado do deputado federal Vitor Hugo (PSL), que busca viabilizar sua candidatura ao governo de Goiás contra Caiado.
“A assessoria não passou para ele (os dados corretos), não escutou nem o Tesouro Nacional nem o Paulo Guedes. Isso não tem nada a ver com pandemia, Goiás herdou essa situação catastrófica. Vou mostrar para ele que Goiás é outro, que tem mais condições de fazer a retomada em 2022”, rebateu o governador na entrevista de hoje. Caiado lembrou que o pedido de adesão ao RRF é de 2019, anterior, portanto, à pandemia, e que nos últimos anos Goiás tem conseguido aumentar sua receita, mesmo com a crise causada pela Covid-19.
O governador também disse que pretende ir até Brasília agradecer o presidente pessoalmente pelo aval do governo ao RRF e explicar para ele melhor as condições colocadas no contrato. Bolsonaro insinuou que Caiado era ingrato e que o governo federal ajuda os Estados, mas não recebe o crédito.