Apesar do bom momento que o agronegócio vive nos últimos anos, a inadimplência entre os produtores ruais chegou a 15,8% em março. O levantamento é do Serasa Experian com 95 mil produtores de Goiás, Tocantins Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. O Banco Central já havia alertado que os calotes subiram 4,6% em janeiro deste ano.
Os números refletem a instabilidade econômica (e também política) no País, com aumento da inflação e dos juros. Para piorar, tem a guerra na Ucrânia.
“Alguns pontos dessa tempestade perfeita para a inadimplência são os altos juros. Já se fala em Selic, que subiu em um ano cerca de 600%, e pode atingir 13% ou 14% até o fim deste ano, e isso influencia em absolutamente tudo. Também podemos falar da alta da inflação que acaba dificultando os mesmos índices e a falta de insumos vindos da China, que contribuíram na inflação”, avalia o CEO da Quist Investimentos, Douglas Duek.
A guerra na Europa só piora a situação, principalmente para os agricultores. “Está afetando demais a inflação e diretamente o setor do agronegócio brasileiro, desde o transporte que sofre alta contínua aos insumos com destaque para os fertilizantes que são importados da Rússia”, frisa Duek.