A ameaça de greve dos caminhoneiros parece que deve virar realidade a partir da próxima segunda-feira em todo o País. A categoria em Goiás, representada pelo Sinditac-GO, avisou que também vai aderir ao protesto nacional, marcado para começar no dia 26, sem previsão de término. A mobilização nacional está por conta do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e a principal bronca é contra os reajustes de preço do diesel.
A categoria chegou a ameaçar uma paralisação nacional para fevereiro deste ano, mas recuou com as promessas do presidente Jair Bolsonaro de baixar o preço do diesel. De lá para cá, segundo a CNTRC, o combustível não parou de aumentar. Nos últimos 12 meses, ficou quase 45% mais caro no Brasil. Nem mesmo o pacote de benefícios lançado pelo governo, chamado de Gigantes do Asfalto, foi capaz de aplacar os ânimos dos caminhoneiros. Zerou a tarifa de importação de pneus de carga e reduziu temporariamente alguns impostos sobre o diesel. Não foi suficiente.
O governo Bolsonaro também prometeu mudanças nas regras de pesagem nas balanças em rodovias e criação de linhas de crédito facilitadas para os caminhoneiros. Nada disso entrou em vigor. Além do preço do diesel, a categoria reivindica maior fiscalização do pagamento do valor mínimo do frete. Assim como a possiblidade de contratação do serviço de forma direta, sem intermediações.
Entretanto, a paralisação ainda não é consenso nem mesmo na categoria. Presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, critica o alto preço do diesel, mas diz que uma paralização só vingará com o apoio de empresários do setor.
A greve de quase três meses dos caminhoneiros no primeiro semestre de 2018 causou forte impacto na economia brasileira (e na goiana), com desabastecimento de mercadorias em vários todos setores econômicos, das indústrias ao varejo. O problema é que muitos segmentos econômicos ainda sequer se recuperaram completamente da pandemia da Covid-19, que também afetou o fornecimento de matéria-prima para as indústrias, elevando os preços aos consumidores.
Isto gera aumento da inflação, que obriga o Banco Central elevar os juros, que por sua vez engessam maior crescimento econômico do País. Tudo que o presidente Jair Bolsonaro, em campanha para se reeleger em 2022, não quer (nem pode) ver.