Atualização (14 horas): o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) esteve na manhã desta terça-feira (30/1) na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. O parlamentar chegou por volta das 10 horas e saiu às 10h45, sem falar com a imprensa. Antes de chegar à PF, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro publicou, na rede social X (antigo Twitter), que o motivo do depoimento foi uma postagem feita por ele em 2023.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explicou à CNN Brasil que o depoimento já estava marcado há alguns dias como parte de um processo que corre em segredo de Justiça.
Carlos Bolsonaro foi o principal alvo de uma operação da PF na manhã de ontem, que incluiu busca e apreensão, incluindo a casa de praia da família em Angra dos Reis (RJ). Faz parte da investigação sobre o uso ilegal de um software de monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários do ex-presidente e de seus familiares.
Assessores de Carlos, que também estão sendo investigados, pediam informações ao ex-diretor da Abin e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na quinta-feira passada, a PF fez uma operação em endereços ligados ao parlamentar, apreendendo um celular e um computador da agência que ainda estavam em poder dele. Três notebooks, 11 computadores e quatro celulares foram apreendidos nas ações de ontem da PF.
Reação
Sobre as suspeitas envolvendo o filho, Jair Bolsonaro disse que é normal pedir informações, o que não pode é haver interferência, e que jamais pediria algo que não fosse legal. Também disse desconhecer qualquer pedido dos filhos a Ramagem sobre assunto confidencial. Bolsonaro afirmou ainda que a apreensão de objetos de pessoas não investigadas, como o computador de um de seus assessores, é um abuso.
Por pouco, os policiais não encontraram Carlos, o pai e os irmãos na casa de praia em Angra dos Reis. O ex-presidente e os filhos haviam saído de barco para pescar às 5 horas. Os Bolsonaro estavam em uma praia quando receberam a notícia da operação.
“Querem me esculachar, me fazer passar por constrangimento”, disse o ex-presidente. “Estão jogando rede, pescando em piscina. Não tem peixe.” Além de Carlos, a PF vê indícios de uso indevido da Abin para beneficiar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o irmão mais novo, Jair Renan.