A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) avalia que o novo PAC lançado na semana passada pelo presidente Lula (PT) vai aumentar a produtividade no Brasil. Entretanto, alerta que existem desafios importantes para se atingir as metas ousadas de investimentos anunciados pelo governo federal para até 2026.
A expectativa de investimento do governo Lula para os próximos quatro anos é de R$ 1,7 trilhão em recursos públicos federais e das estatais, financiamento dos bancos públicos e do setor privado, por meio de concessões e parcerias público-privadas. Desse total, R$ 1,4 trilhão será investido até 2026 e R$ 320,5 bilhões após 2026.
Os valores virão de recursos do orçamento da União (R$ 371 bilhões), empresas estatais (R$ 343 bilhões), financiamentos (R$ 362 bilhões) e setor privado (R$ 612 bilhões). As obras do novo PAC foram definidas levando em consideração prioridades apontadas por estados e ministérios. Também serão retomadas obras que estavam paradas.
“O investimento proposto para os próximos quatro anos vai nos permitir realizar esse aumento de produtividade e entregar mais para a sociedade brasileira”, disse o presidente da CBIC, Renato Correia. Ele ressaltou ainda que os recursos previstos são de extrema importância para o desenvolvimento do país. “Investir em infraestrutura, além de gerar emprego, melhora a competitividade do país em transporte, logística e energia, melhora a qualidade de vida das pessoas”, frisou.
Obras paralisadas
A CBIC enfatizou que a inclusão das obras paralisadas no novo PAC também é essencial, pois significará investimento em mobilidade urbana, rodovias e ferrovias. “Apoiamos a retomada do programa, inclusive os eixos que mostram a preocupação do governo com a sustentabilidade, e vamos acompanhar para garantir a entrega das obras, bem como a continuidade dos investimentos em infraestrutura. Ganham o Brasil e os brasileiro”, disse Renato Correia.
O presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, também ressalta a expectativa otimista do setor de Infraestrutura com o novo PAC. “Essa expectativa se baseia principalmente em dois aspectos: o primeiro, sem dúvida, é o da retomada dos investimentos públicos, que vinham se deteriorando ao longo da última década. Com exceção deste ano de 2023, por conta da PEC da Transição que disponibilizou cerca de R$ 20 bilhões para investimentos, em anos anteriores esse valor foi muito reduzido”, disse.
“É claro que atingir os R$ 60 bilhões anuais, como foi anunciado, não será uma tarefa fácil, depende sobretudo da aprovação do Novo Arcabouço Fiscal”, salientou Carlos Eduardo.
O segundo aspecto apontado por ele e que gera otimismo no setor é o compromisso do governo em incentivar projetos de Parcerias com o setor privado (PPPs e Concessões). “Estruturados em menor porte, o que permitirá a participação de mais empresas, evitar a concentração do mercado e aumentar a competitividade”, disse.
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