A Câmara de Goiânia instalou oficialmente nesta quarta-feira (15/3) a Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar suspeitas de irregularidades na gestão da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg). O pedido partiu do vereador Ronilson Reis (PMB) e foi aprovado pelo Plenário. E confirmado: a base do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) garantiu a maioria na CEI.
O vereador Ronilson Reis foi escolhido para a presidência, após disputar o cargo com o vereador Pedro Azulão Jr. Já Welton Lemos (Podemos) foi escolhido como vice-presidente e Thialu Guiotti (Avante) como relator da comissão.
Quatro blocos e um partido indicaram membros titulares da comissão: Thialu Guiotti (Avante) e Paulo Henrique da Farmácia (Agir), pelo Bloco Ordem; Ronilson Reis (PMB), pelo Bloco Goiânia Transparente; Pedro Azulão Jr. (PSB), pelo Bloco Independência; Welton Lemos (Podemos), pelo Bloco Vanguarda; e Henrique Alves, indicado pelo MDB. O sétimo integrante titular ainda será indicado.
O vereador Isaías Ribeiro é também membro titular e os suplentes são Willian Veloso (PL), Denício Trindade (MDB) e Lucas Kitão (PSD). Nesta sexta-feira (17/3) será a primeira reunião para definir o cronograma das oitivas (convites e convocações para prestação de depoimentos), coleta de documentos e visitas técnicas.
Para Ronilson Reis, o fato de a base possuir maioria – até o momento, quatro dos seis membros –, não inviabilizará os trabalhos, “porque denúncias foram apresentadas e precisam ser investigadas”. Membros da CEI, segundo ele, também serão cobrados pelos demais vereadores, que poderão apresentar requerimentos e acompanhar a comissão.
Esse também é o pensamento do presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), que faz oposição ao prefeito. Para ele, com o volume de material já apresentado, a base não conseguirá esvaziar trabalhos da CEI.
Os parlamentares terão 120 dias, prorrogáveis por igual período, a partir da instalação da CEI, para investigar “irregularidades na administração e dívidas da Comurg com o Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e fornecedores”.
Denúncias
Na semana passada, Romário Policarpo denunciou pagamento antecipado de R$ 8 milhões feito pela Prefeitura à Comurg. De acordo com ele, contrato assinado entre SRI e Comurg, em junho de 2021, visava ao pagamento de emendas impositivas dos vereadores para realização de obras pela companhia. “Dois dias depois, a Prefeitura adiantou oito milhões [de reais] em nota fiscal dessas obras que deveriam ter sido feitas pela Comurg”, afirmou.
Líder do Prefeito na Casa, o vereador Anselmo Pereira (MDB) ressaltou necessidade de avaliar se a transferência de recursos visou à celeridade das obras. “Você não faz uma praça sem realizar projeto previamente. Provavelmente eu entendo que seja isso, mas, mesmo assim, nós vamos levar isso ao conhecimento do presidente da Comurg, Alisson [Borges], e também ao nosso prefeito Rogério Cruz (Republicanos)”, afirmou.
“A Prefeitura não tem receio da CEI. Ela quer que apure, o que houver de errado, que seja consertado, se houver necessidade de punibilidade, que seja feita, mas nós não temos receio da CEI”, garantiu.