De olho na reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), as lideranças dos partidos que formam o Centrão têm pressionado o ministro Paulo Guedes (Economia) pela redução nos preços dos combustíveis e da energia elétrica. Avaliam que isto será fundamental para a campanha eleitoral deste ano. Mas a equipe econômica do presidente tem resistido e argumenta que o tiro pode sair pela culatra. Ou seja: gerar mais inflação.
No Palácio do Planalto, membros do governo também pressionam. Na sexta-feira (3/6), Guedes se reuniu com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Célio Faria Junior (Secretaria de Governo), Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União).
O ministro da Economia resiste a decretar estado de calamidade pública, como propõe Nogueira. A saída permitiria ao presidente Bolsonaro estourar o teto de gastos, na reta final da corrida eleitoral. Guedes defende que a medida pode pressionar ainda mais a inflação.
No entanto, que a equipe econômica já reservou até R$ 25 bilhões para bancar um subsídio ao diesel até o fim do ano – ou compensar os Estados pela perda de receita com o projeto que limita o ICMS. Uma alternativa sobre a mesa é levar ao Congresso uma PEC – já que a despesa ocorreria fora do teto de gastos. Além disso, a legislação eleitoral proíbe a criação de benefícios em ano de eleições.
Na semana passada, o preço do litro da gasolina caiu 0,5% nas bombas, para uma média de R$ 7,218 no País. É o menor preço do derivado desde a primeira semana de abril, de acordo com o levantamento semanal da ANP. Já o preço médio do diesel recuou pela segunda semana seguida: uma queda de 0,6% na semana passada, para R$ 6,882 o litro. E o preço do etanol caiu 2%, para R$ 5,083.
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