Apenas 24 municípios concentram a metade do desmatamento do bioma cerrado no Brasil. Segundo levantamento feito pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Para isto, considerou a fronteira agrícola na região conhecida como Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Portanto, não foi considerado o desmatamento em Goiás.
Os números do desmatamento em todo o cerrado mostram aumento de 35% de perda de vegetação, entre janeiro e maio de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022. Foram 3.532 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada este ano, contra 2.612 km² no ano passado. Na comparação com períodos anteriores, o desmatamento deste ano é o pior pelo menos desde 2017.
Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a maior parte do desmatamento, cerca de 77%, foi detectada em imóveis rurais com registro público no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Em que o governo consegue identificar o responsável pela área, seja um proprietário ou posseiro em processo de regularização fundiária. Outros 15,9% foram em assentamentos rurais e uma porção menor, de 4,2%, foram em áreas de preservação ambiental.
Em relação aos municípios que mais registraram desmatamento do cerrado, despontam nas primeiras posições São Desidério e Jaborandi, no Oeste da Bahia. Os dois juntos representam mais de 11% da área desmatada. A lista também inclui Balsas, no Maranhão, e outras cidades baianas também conhecidas pelo crescimento do agronegócio: Barreiras e Cocos. Ao todo, dos municípios com maiores desmatamentos de cerrado este ano, 10 estão na Bahia, cinco no Maranhão, quatro no Piauí, três no Tocantins, um no Mato Grosso e um no Pará.
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