A transição do governo ainda sequer começou, mas alguns nomes já surgem como possíveis ministros do governo Lula (PT). O petista já deixou claro, mais de uma vez, que o seu partido não terá a maioria dos cargos. Precisa ampliar o número de aliados e garantir a governabilidade no Congresso Nacional. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), por exemplo, pode assumir o Ministério da Economia (ou Fazenda). Contudo, o mais provável é que terá papel relevante, de articulação, sem a necessidade de assumir um ministério. Isto abre espaço para abrigar mais aliados no futuro governo.
A senadora e agropecuarista Simone Tebet (MDB-MT) é cotada para o Ministério da Agricultura. Ex-candidata a presidente da República, sendo a terceira melhor votada no primeiro turno com quase 5 milhões de votos, ela declarou apoio à eleição de Lula no segundo turno e teve participação ativa na campanha do petista.
Candidato derrotado ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT) deve ser nomeado para o Ministério da Educação. Aliás, foi escalado pelo presidente eleito para coordenar a transição de governo nesta área. A deputada federal Marina Silva (Rede-SP) deve ser convidada para comandar o Ministério do Meio Ambiente.
Economia e Planejamento
O Ministério da Economia (ou Fazenda) pode ser comandado pelo goiano Henrique Meirelles, inclusive como cota do PSD. Meirelles foi presidente do Banco Central nos oito anos dos dois primeiros mandatos de Lula (2003 a 2010). Também foi ministro da Fazenda no governo de Michel Temer (2016 a 2018) e, ainda no primeiro turno, declarou apoio à eleição do petista.
No entanto, Henrique Meirelles também é cotado para a presidência de algum banco federal (Banco do Brasil, Caixa ou BNDES) com a missão de ampliar o crédito para investimentos, empresas e consumo. Caso seja esta opção para o goiano, o economista Armínio Fraga surge como nome cotado para o Ministério da Economia. Mas, ele está mais cotado para o Banco Central, cargo que ocupou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Para a Casa Civil, três petistas estão cotados: Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT; o governador baiano Rui Costa; e Aloísio Mercadante.
Senado
Aliados do presidente eleito Lula colocam na balança os benefícios de convocar senadores eleitos para assumir ministérios. Com a eleição de bolsonaristas que prometem oposição ferrenha, como Damares Alves (Republicanos-DF), o presidente vai precisar de políticos experientes para fazer andar pautas de interesse do governo no Senado.
Jaques Wagner (PT-BA), Wellington Dias (PT-PI), Camilo Santana (PT-CE) e Flávio Dino (PSB-MA) são cotados para assumir ministérios. De acordo com um integrante do PT, tirar bons senadores pode esvaziar o Senado de ‘articuladores necessários para o governo’. ‘Ministros, você acha muitos. Senadores, não dá pra substituir’, avaliou ele, sob reserva.”
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