Os partidos dos três principais pré-candidatos ao governo de Goiás marcaram as suas convenções para 5 de agosto, último prazo permitido pela Justiça Eleitoral. Motivo: as definições sobre candidaturas e alianças devem ficar para o último dia. Aliás: para as últimas horas.
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil), pré-candidato a reeleição, tem de definir se terá um candidato a senador na sua chapa majoritária ou vai para a eleição estadual com dois ou mais candidatos avulsos. Se depender do Palácio das Esmeraldas, a base governista terá pelo menos três candidatos ao Senado.
Por um único motivo: evitar que algum partido que tem candidato a senador se debande para a oposição. Esta decisão ficou mais fácil depois que Marconi Perillo (PSDB) anunciou sua pré-candidatura a governador. Como o tucano lidera as pesquisas para o Senado, se tivesse decidido por uma candidatura a senador, obrigaria a base caiadista apostar todas as suas fichas num único nome para derrota-lo.
O maior nó na base do governador que ainda precisa ser desatado é o PSD, que insiste em ter Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, como candidato único pela base governista. Os demais pré-candidatos são Alexandre Baldy (PP), Delegado Waldir (União Brasil), Luiz do Carmo (PSC) e Zacharias Calil (União Brasil).
Oposição na espera
O PSD flerta com Gustavo Mendanha (Patriota), pré-candidato a governador. Mas, a sua chapa já tem nome para o Senado: o deputado federal João Campos (Republicanos). Tem a vaga de vice, mas não é (pelo menos até agora) o que está no radar do PSD nem de Lissauer Vieira. Aliás, Mendanha também aguarda definições (e alguma dissidência) na base de Caiado para completar a sua chapa e ganhar mais aliados para a campanha eleitoral.
Já o ex-governador Marconi tem as vagas de vice e de Senado para negociar apoios. Pode ser ocupada pelo PSD? Não é impossível, até porque eram aliados há poucos anos, mas seria uma ruptura com Ronaldo Caiado, que lidera as pesquisas para o governo. E certamente também afetaria as chapas proporcionais (para deputado estadual e federal) do partido.
O ninho tucano também não descarta uma composição de Marconi Perillo com o ex-presidente Lula (PT), embora disse até há pouco tempo que teria muita dificuldade de pedir votos em Goiás para o petista. Quando confirmou sua pré-candidatura no sábado passado (16/7) em Goiânia, Marconi pediu e ganhou carta branca do PSDB goiano para formar alianças. O problema maior é na direção nacional do partido.
Faltam ainda duas semanas para encerrar as convenções partidárias que vão definir candidaturas e alianças para a eleição deste ano. Mas, se seguir a tradição em Goiás, as últimas definições para a formação de chapas vão acontecer apenas em 5 de agosto.