Uma nova polêmica foi aberta ontem na CPI da Pandemia. Os senadores questionaram o fato de a Polícia Federal interrogar como investigadas pessoas que deporiam à comissão no dia seguinte como testemunhas, facilitando a obtenção se habeas corpus como o de Medrades. Só investigados, e não testemunhas, podem ficar em silêncio para não se incriminar. Os senadores desconfiam que a polícia esteja propositalmente mudando o status de suas testemunhas para atrapalhar a comissão.
Em nota, a PF disse que apuração “não está atrelada a outras investigações em andamento sobre o caso”.
O clima continua tenso na CPI.
Munida de um habeas corpus, a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, recusou-se ontem a responder até mesmo qual seria seu cargo na empresa. Irritado, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), interrompeu a sessão para consultar o presidente do STF, Luiz Fux, sobre os limites da ordem que ele havia concedido. Fux respondeu que ela só estava autorizada a se calar diante de perguntas que a incriminassem e que caberia a CPI avaliar se a depoente estava abusando do direito ao silêncio. O depoimento foi reiniciado à noite, mas, como Medrades se declarava exausta, acabou transferido para a manhã de hoje.