A CPMI do 8 de janeiro fez pausa nas oitivas (depoimentos) para analisar o grande volume de documentos, muitos deles sigilosos, que chegaram e vão nortear os próximos passos do colegiado. Especialmente a programação dos depoimentos do segundo semestre. Os senadores e deputados governistas acreditam no avanço das investigações em relação aos possíveis financiadores dos ataques. Já os da oposição preveem que eventuais omissões de atores responsáveis pela segurança dos prédios invadidos ficarão evidentes.
Instalada em 25 de maio, a CPMI ouviu oito depoimentos e aprovou mais de 300 requerimentos. Vão desde convocações de testemunhas a pedidos de informação oficiais e quebras de sigilos para embasar os trabalhos. Somente na última reunião do semestre, no dia 11 de julho, foram aprovados 90 pedidos como esses. Muitos para acesso a sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de pessoas que já prestaram depoimento.
A chamada sala-cofre da CPMI tem recebido um grande número de documentos sigilosos. Entre os arquivos secretos, há os relacionados a quebras de sigilos telemáticos, telefônicos, bancários ou fiscais e os referentes a processos judiciais e inquéritos policiais que já estão em curso. É vigiada por câmeras e apenas senadores e alguns poucos servidores e assessores podem ver os documentos.O cruzamento desses dados deve subsidiar uma das linhas de investigação defendida pelos governistas: identificar os financiadores dos atos de vandalismo. Integrantes oposicionistas da CPMI lamentam o que chamam de “sequestro” da competência investigatória do colegiado pelo governo. Para eles, até o momento, a programação das oitivas, os requerimentos e as quebras de sigilo não avançaram na tentativa de esclarecer as possíveis omissões por parte do Executivo Federal.