Os credores da Casa Goianita aprovaram em assembleia a proposta de pagamentos que consta do plano de recuperação judicial (RJ) da empresa. Os pagamentos começarão após o juiz da 21ª Vara Cível de Goiânia, Marcelo Pereira de Amorim, homologar a aprovação do plano.
A advogada Andrea Rodrigues Rossi, sócia do escritório Rossi, Vicentin & Melo Advogados Associados, destaca que essa foi um importante passo no processo de recuperação judicial, que visa o soerguimento das empresas. Ela informa que a assembleia contou com a presença de 39 credores. Juntos, somam mais de 90% da dívida de R$ 22 milhões das empresas do grupo Goianita.
A assembleia, convocada pela justiça para a aprovação da proposta de pagamento, aconteceu nesta quinta-feira (5/10) e contou com uma participação significativa de credores. “O plano foi aprovado por mais de 70% dos credores presentes em termos de valor da dívida”, explica a Andrea Rodrigues Rossi.
“Com relação ao pagamento, os credores receberão de acordo com as condições específicas de cada categoria conforme previsto no plano que foi aprovado”, completa Rossi. O advogado Eduardo Vicentin de Macedo informa ainda que o Grupo está rigorosamente em dia com todas as obrigações perante seus colaboradores.
Motivos da crise
As empresas que integram o Grupo Alvarenga, responsável pela operação da Casa Goianita, protocolaram em fevereiro um pedido de RJ, deferido em dois dias, visando a reestruturação do passivo e liquidez. A empresa alega que suas dificuldades financeiras ocorreram com mudanças de planos econômicos, hiperinflação, recessão na economia e pandemia da Covid-19.
Outro fator foi a abertura de novas unidades. O grupo expandiu suas unidades passando a ter lojas em diversos bairros em Goiânia. A cada nova loja aberta gerava-se nova demanda de recursos para reforma do local e capital de giro para suportar os custos fixos e variáveis do ciclo econômico e financeiro do negócio.
“Estas demandas de capital forçaram o grupo econômico a se alavancar cada vez mais, tomando empréstimos junto às instituições financeiras e aumentando o endividamento”, esclarece a advogada Andrea Rodrigues Rossi. A pandemia agravou a situação financeira. Além das vendas no varejo, impactou nas vendas para os seus dois principais nichos de mercado: casamentos e o segmento de bares, restaurantes e hotelaria.
A empresa, que vendia principalmente de forma física, teve que investir muito no e-commerce, mas sofreu com a concorrência com as gigantes varejistas no comércio on-line. Então, o grupo ficou descapitalizado, principalmente em virtude do prazo médio para amortização das dívidas, e para o custeio da operação das lojas.