De janeiro a setembro deste ano, já foram ciradas 28 novas cooperativas em Goiás, um aumento de 37% em relação ao mesmo período de 2020. A expectativa da OCB/GO, que hoje (02/10) comemora 65 anos de constituição, é que até o final do ano este número supere com folga o recorde de 2007, quando foram constituídas 31 novas cooperativas no Estado.
Presidente da entidade, Luís Alberto Pereira acredita que até o fim do ano diversas novas cooperativas serão criadas, impulsionadas pelo programa Incubacoop Goiás, que incuba e acelera novas empresas que adotam esse modelo de negócio. “O programa começou a ser implementado de forma mais intensa há cerca de um mês e temos ações diversas, em vários municípios, já iniciadas. Acredito que pelo menos 20 novas cooperativas possam ser criadas até o fim do ano”, afirma.
As cooperativas goianas já deram um salto significativo em 2020, com o ingresso de 42 mil novos cooperados, passando de 259.316 (2019) para 301.108, um aumento de 16,1%, segundo dados da OCB Nacional. No ano passado eram 235 cooperativas em atividade no Estado, o que garante à Goiás o sexto lugar no ranking nacional em número de unidades ativas. O cooperativismo goiano gera quase 13 mil empregos diretos, também o sexto Estado em número de postos de trabalho no cooperativismo brasileiro.
Luís Alberto ressalta o esforço de continuar dando apoio institucional às cooperativas que já estão consolidadas, assim como as ações para promover o crescimento daquelas que ainda precisam de ajuda para se desenvolverem. “Para todas, temos capacitação profissional para os colaboradores e dirigentes. Um desafio adicional hoje é ajudar na retomada do emprego e da renda. Entendemos que, por meio do modelo cooperativo, podemos ajudar muito o Estado e o País”, diz.
65 anos
Os dirigentes do cooperativismo goiano, nesses 65 anos de história, enfrentaram vários desafios. Quando a OCB/GO foi constituída, em outubro de 1956, inicialmente como a União das Cooperativas no Estado de Goiás, o cooperativismo não tinha a força nem a imagem consolidada que conquistou ao longo dos anos, por ser um modelo de negócio socialmente justo e comprometido com as comunidades onde atuam. A OCB/GO surgiu primeiro como associação, com as siglas UCEG, OCEG e OCG, até tornar-se uma forte referência na representação sindical, política e econômica do setor em Goiás e no Brasil. Ao final dos anos 80, o cooperativismo goiano já evidenciava o vigor de seu crescimento, com cerca de 90 cooperativas registradas. Hoje o cooperativismo de Goiás já é o sexto maior do Brasil, com 263 cooperativas e mais de 300 mil cooperados.
Os primeiros gestores da OCB tiveram que fortalecer a imagem do cooperativismo ao mesmo tempo em que trabalhavam por seu desenvolvimento. “Tivemos uma fase muito forte do agronegócio dominando o cooperativismo, e, mais recentemente, a partir da década de 90, o surgimento e o fortalecimento do cooperativismo de crédito. A OCB/GO foi muito importante durante esses períodos, apoiando essas cooperativas e até cedendo espaço para algumas em sua própria sede”, recorda Luís Alberto Pereira.
Presidente e um dos fundadores da Comigo, a maior cooperativa do Estado de Goiás e uma das maiores do País, Antonio Chavaglia lembra que a OCB/GO, desde quando foi criada, tinha o objetivo de orientar na formação de cooperativas e a capacitação seus quadros, principalmente, para que as cooperativas pudessem se desenvolver em Goiás, sustentadas por uma gestão qualificada, buscando informações de cooperativas de outros Estados, com apoio da OCB Nacional. “Com isso, houve um crescimento responsável, de acordo com as necessidades dos seus associados”, destaca.
Antonio Chavaglia acentua que a capacitação é fundamental em qualquer setor e no cooperativismo não é diferente. “Uma equipe que não é qualificada dificilmente vai ter sucesso. Não importa se a cooperativa é pequena ou grande, é preciso se estruturar através de um planejamento eficiente, para chegar ao ponto que os associados desejam. Além disso, o Sistema OCB tem introduzido e debatido os temas que envolvem o cooperativismo para que as cooperativas não sejam prejudicadas no futuro, atuando nos parlamentos e demais organizações em favor do sistema cooperativo, destaca o presidente da Comigo.