Não era difícil imaginar que a animosidade tardia dos vereadores com a Prefeitura de Goiânia por causa dos desgastes com o IPTU contaminaria outras pautas na Câmara Municipal. Mas o ambiente está formado e desde a segunda-feira (31) parte dos vereadores comenta que o clima pode prejudicar a aprovação do Plano Diretor, que estava pronto para ser votado nesta semana.
A coluna Giro, do Popular, mostrou que o presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo, expôs ontem à tarde aos demais vereadores as dificuldades internas e avaliou que, hoje, não há condições políticas de aprovar a revisão do Plano Diretor. O alerta do presidente tem como efeito, ao mesmo tempo, mostrar que é necessário apagar logo o incêndio pelo risco de que daqui alguns dias a base do prefeito esteja totalmente esfacelada e o grupo perca de vez a capacidade de formar maioria diante de temas polêmicos, como é o caso do Plano Diretor. Existe também uma pressão aberta de entidades empresarias de Goiânia pela aprovação da matéria. Os vereadores trabalham agora com a previsão de avançar com o projeto dentro da primeira quinzena de fevereiro.
O Plano Diretor tem gerado desgastes com mudanças polêmicas sobre o ordenamento urbano, como redução de áreas de proteção ambiental e a expansão urbana. Contudo, pela complexidade da matéria e por suas consequências (boas e ruins) não serem tão imediatas para o cidadão, esses problemas encontram menor ressonância na sociedade que o reajuste do IPTU. Mas com um clima adverso entre os vereadores e com a dificuldade da Prefeitura de se posicionar em relação a essas polêmicas e amenizar insatisfações, a revisão do Plano Diretor de Goiânia pode se tornar um novo cavalo de batalha dentro da Câmara.