O anúncio ontem (23/5) pelo ex-governador paulista João Doria de que abriu mão da candidatura ao Palácio do Planalto pode ter facilitado o acordo entre PSDB, MDB e Cidadania para uma chapa única. Mas não o garante. Os tucanos trabalham agora para conter mais um movimento liderado pelo deputado Aécio Neves (MG). Ele tenta forçar o lançamento de candidato próprio da sigla, possivelmente o ex-governador gaúcho Eduardo Leite.
Corre por fora também a indicação do senador pelo Ceará Tasso Jereissati, que desistiu de concorrer à eleição interna do partido para apoiar o gaúcho. Seria um “plano C” do PSDB.
A cúpula prefere cumprir o acordo já feito de apoiar a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Para evitar que o movimento ganhe força, a Executiva tucana cancelou a reunião marcada para hoje (24/5), onde seria discutido o apoio a Tebet. MDB e Cidadania mantiveram seus encontros nesta terça, mas o PSDB só vai discutir a candidatura única no dia 2 de junho.
O fato é que essas disputas deixam ainda mais complicada a situação da terceira via, que perdeu espaço desde o começo do ano. Além da saída do União Brasil do grupo com MDB, PSDB e Cidadania, todos os nomes alternativos à polarização da disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) perderam intenções de voto.