O subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que não segue o método da Lava-Jato e classificou como “narrativas” as informações apresentadas na delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
“Investigo para comprovar. Não posso partir de ilações. Isso foi o jogo da Lava-Jato. Eu não trabalho como o pessoal da Lava-Jato. Trabalho com provas concretas para que as pessoas sejam denunciadas com provas irrefutáveis”, disse.
Para ele, a delação do tenente-coronel ainda é frágil porque não apresenta, por exemplo, a localidade ou o espaço-tempo em que os crimes teriam ocorrido.
A delação de Cid que cita Michelle e Eduardo Bolsonaro como incitadores de um possível golpe foi divulgada na sexta-feira (10/11). Segundo ele, os dois faziam parte de um grupo de conselheiros que dizia para Bolsonaro não aceitar os resultados da eleição de 2022 e que uma eventual insurreição contra o sistema eleitoral teria o apoio da população e de atiradores esportivos, conhecidos como CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).
De acordo com o ex-ajudante de ordens, o ex-presidente resistiu pedir o fim das manifestações pós-eleição porque acreditava que seria encontrado algum indício de fraude nas urnas eletrônicas, o que resultaria na anulação do pleito em que foi derrotado.
Reação de Michelle
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) ironizou neste sábado a acusação feita por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), de que ela incitava o marido a dar um golpe de Estado. Em evento do PL Mulher, realizado em Vitória (ES), Michelle disse que os únicos golpes que ela incita são por meio da Bíblia e em aulas de luta que faz às terças e quintas.
“Recebi uma mensagem que meu enteado Duda [Eduardo Bolsonaro] e eu estávamos incitando o golpe. Eu, incitando golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa? Aí, sim”, declarou Michelle.
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