A pandemia da Covid-19 gerou elevada procura por serviço de UTI área desde o ano passado em Goiás. A empresa Air Jet Táxi Aéreo, por exemplo, registrou aumento de 660% em suas horas de voo em 2020, na comparação com 2019. A goiana Brasil Vida Táxi Aéreo, com 17 anos de mercado, registrou só entre os meses de janeiro e maio deste ano um número de pacientes transportados maior do que todo o ano de 2020, quando a procura já havia crescido exponencialmente.
“Já são 1.165 voos para pacientes com Covid-19 realizados neste ano. No total, a empresa já realizou 1.891 voos em 2021, contra 1.841 voos feitos em todo o ano de 2020”, destaca Arédio Bernardes Júnior, presidente da Brasil Vida Táxi Aéreo, companhia que tem homologação para atuar em qualquer parte do mundo e, atualmente, possui seis bases operacionais em cinco estados: Goiás, São Paulo, Pará, Bahia e Tocantins.
O médico Adilon Cardoso, do Hospital Israelita Albert Einstein – Goiânia, afirma que o tempo, dentro da assistência médica de alta complexidade, é um recurso sempre vital e ao mesmo tempo escasso. Ele destaca que, embora uma porcentagem muito grande dos municípios brasileiros possua uma boa assistência primária à saúde, são poucos aqueles que contam com uma infraestrutura completa e adequada para os atendimentos de alta complexidade. “Nessa situação é que a medicina lança mão do transporte aeromédico, para encaminhar esse paciente grave a uma unidade melhor preparada e melhor equipada”, diz.
Adilon Cardoso ressalta que esse transporte especializado não é simplesmente colocar um paciente em um avião e levá-lo para outro hospital. “Trata-se de um serviço de saúde de altíssima complexidade, que envolve vários fatores fundamentais, como o tipo de aeronave a ser usada, a altura do voo, a capacitação da equipe médica e de enfermagem especializada. Isso porque uma coisa é tratar uma intercorrência de saúde em solo, num centro cirúrgico convencional, outra é atendê-la numa aeronave em pleno voo”, ressalta.