A primeira pesquisa DataFolha após as denúncias de corrupção na negociação de vacinas contra a Covid-19 mostram que começou a ruir o último bastião que sustentava a avaliação positiva do presidente Jair Bolsonaro perante uma parcela do eleitorado: o da honestidade. A rejeição do presidente deu um novo salto de maio para cá, data da penúltima DataFolha, e agora 51% do eleitorado brasileiro consideram sua gestão ruim ou péssima (crescimento de 6 pontos percentuais).
A avaliação positiva (ótimo e bom) se manteve estável em 24%, o que mostra que, em meio à avalanche de notícias negativas das últimas semanas, o presidente ainda consegue preservar a fidelidade de um quarto do eleitorado. O crescimento da rejeição a Bolsonaro veio daqueles eleitores que em maio consideravam o governo regular, avaliação que ficou agora em 24% (queda de 6 pontos percentuais na comparação com a última pesquisa).
Para a maioria da população, Bolsonaro é desonesto (52%), falso (55%), incompetente (58%), despreparado (62%), indeciso (57%), autoritário (66%), favorece os ricos (66%) e mostra pouca inteligência (57%). Cada um desses atributos foi testado individualmente pelo DataFolha. O levantamento foi feito presencialmente nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.