Os deputados estaduais, tanto da oposição como da base governista, cobraram maior transparência das organizações sociais (OSs) que atuam na rede de saúde do Estado. Os questionamentos foram dirigidos nesta semana ao secretário estadual da Saúde, Rasivel dos Reis Santos Junior, em audiência na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
Gustavo Sebba (PSDB) afirmou que a saúde em Goiás não tem sido tratada como prioridade e questionou o atraso de pagamentos a profissionais da saúde e a situação das organizações sociais. “Temos médicos e prestadores de serviço que não receberam pagamentos”, disse.
Outro ponto levantado pelo tucano foi a regularidade das OSs contratadas. Sebba questionou a contratação do Imed, instituto que, segundo o deputado, possui histórico de problemas em outros estados.
O líder do Governo, deputado Talles Barreto (UB), reconheceu os avanços obtidos pela pasta. Mas reforçou a necessidade de aperfeiçoar a gestão das OSs para evitar novos problemas. Ele também pediu maior transparência nos contratos e maior suporte aos fornecedores locais.
O deputado Antônio Gomide (PT) reforçou a necessidade de melhorar a gestão do Hospital Estadual de Anápolis (Heana), que enfrenta superlotação e falta de macas para o Samu. Também reivindicou a instalação de leitos de UTI na região Nordeste do Estado, salientando a carência desse tipo de atendimento.
O deputado Mauro Rubem (PT) criticou o modelo de gestão por organizações sociais, ressaltando os recorrentes problemas financeiros enfrentados pelos trabalhadores. “Precisamos de uma gestão mais transparente e eficiente, que garanta os direitos dos profissionais e o atendimento adequado à população”, afirmou. O petista também sugeriu a instalação de uma mesa de negociação permanente entre o Governo e os trabalhadores da saúde.
Defesa
Rasivel respondeu que todos os repasses do Estado para as OSs previstos foram realizados, mas que algumas organizações enfrentaram dificuldades internas para cumprir com seus compromissos. “Caso a organização social não tenha honrado seus pagamentos, cabe a ela responder judicialmente”, disse.
O secretário ressaltou algumas entregas do governo na área da saúde, como a inauguração do Hospital de Águas Lindas, que conta com 40 leitos de terapia intensiva, e a construção do Hospital Cora, especializado no tratamento oncológico.
“Temos avançado de forma expressiva com a ampliação e a modernização dos hospitais regionais, como o de Formosa e o de Trindade. Estamos trabalhando para entregar essas unidades com plena capacidade de atendimento, incluindo exames de alta complexidade e leitos de hemodinâmica”, enfatizou.
O secretário também apresentou o projeto da Rede de Urgência e Emergência, que terá como piloto a região Centro-Norte do Estado, abrangendo 60 municípios e cerca de 1,1 milhão de pessoas. O objetivo é integrar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) regional e implantar um sistema de atendimento baseado em metas de tempo para casos de trauma, acidente vascular cerebral, infarto e sepse.
Entretanto, os deputados não ficaram satisfeitos. Solicitaram seja marcada uma nova data para que Rasivel esclareça pontos que, na opinião dos parlamentares, ficaram sem resposta.