Está estremecida a aliança entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSD). Desde a semana passada, quando Caiado comunicou ao deputado que a sua base deve ter dois ou mais candidatos ao Senado para a eleição deste ano. Lissauer e o PSD cobram do governador um compromisso de que o partido teria a vaga de senador na chapa majoritária.
O presidente da Assembleia Legislativa não participou nesta segunda-feira (25/7) do aniversário de 295 anos da cidade de Goiás, com a presença do governador. Foi o único Poder ausente na cerimônia de transferência simbólica da capital do Estado. E um claro recado para Ronaldo Caiado.
O deputado apenas postou mensagem nas redes sociais. “Fiz uma análise de nossa trajetória política e vi que o saldo é positivo. Sei que posso fazer mais por Goiás. Não estou sozinho. Estou atendendo ao chamado de um grupo forte e coeso e não recuarei diante das barreiras e obstáculos. Não desperdiçarei energia. Deus está no comando”, disse.
O governador, em discurso na cidade de Goiás, também mandou recado: “Os cabelos brancos me ensinam muito e eu deixo às lideranças políticas algumas observações: governar não é ato de personalismo, não é apostar apenas em suas decisões”, disse. E enfatizou: “Eu procuro pisar na vaidade todo dia pela manhã.”
Decisão tomada
O fato é que a chapa governista não deve ter mesmo um candidato oficial para o Senado. Esta decisão praticamente se consolidou desde que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) decidiu disputar mais uma vez o governo estadual (saiba mais aqui). Com isto o núcleo caiadista avalia ser desnecessário rifar uma pré-candidatura a senador da sua base e correr o risco de perder um importante partido para a oposição.
Mas, o PSD não tem aceitado a decisão da cúpula governista. Sabe que Lissauer Vieira fica em desvantagem no cenário de várias candidaturas ao Senado, o que favorece mais o deputado federal Delegado Waldir (União Brasil). E ameaça ir para a oposição com a justificativa de garantir uma chapa competitiva para concorrer ao Senado.