As eleições para o Parlamento Europeu registraram um avanço significativo de partidos ultraconservadores e de extrema direita. Segundo as projeções mais recentes, a direita convencional, liderada pelo Partido Popular Europeu, pode terminar o pleito com 185 assentos no Parlamento e se manter como a maior força política do continente.
Por outro lado, todos os partidos e movimentos de extrema direita podem somar, juntos, pelo menos 157 assentos, uma presença recorde no Parlamento. Devendo superar os social-democratas, com 137 cadeiras.
Para o cientista político holandês Cas Mudde, especialista em extrema direita, a vitória se deve sobretudo ao desempenho dos ultraconservadores na França, na Itália e, em alguma medida, na Alemanha.
Entre os vencedores da eleição está a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Seu partido, o ultraconservador Irmãos da Itália, obteve 28% dos votos no país, dois pontos a mais que os obtidos no pleito nacional de 2022, consolidando sua liderança.
Meloni classificou a vitória como “extraordinária” e afirmou que a Itália chegará à reunião do G7 com um dos governos mais fortes do continente.
Reação
Em resposta ao pleito continental, o presidente francês, Emmanuel Macron anunciou a dissolução da Assembleia Nacional, após o resultado histórico do Reunião Nacional (RN), partido de extrema direita que deve conseguir 32% das cadeiras francesas.
“Decidi devolver a vocês a escolha do nosso futuro parlamentar por meio do voto”, anunciou. Marine Le Pen, líder do RN celebrou essa decisão e considera seu partido como “a grande força de alternância”.
Já Raphaël Glucksmann, membro do Parlamento Europeu pela Aliança Progressista dos social-democratas, acusou Macron de jogar “um jogo extremamente perigoso com a democracia e as instituições.”