A CPMI do 8 de Janeiro recebeu documentos do Coaf que indicam que, entre os mais de R$ 17 milhões recebido via Pix pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há movimentações suspeitas envolvendo pequenas doações. A partir de uma amostragem, foram detectadas 16 pessoas que fizeram transferências sequenciais de valor baixo consideradas como atípicas e suspeitas de “burla fiscal e lavagem de dinheiro”.
Bolsonaro negou ter utilizado dinheiro de Pix que recebeu com arrecadações com gastos pessoais. “Mentira”, publicou em seu perfil no Facebook. “Contra Jair Bolsonaro, vale tudo”, acrescentou. Bolsonaro relembrou que a campanha “espontânea” do Pix teve início em 23 de junho e que, por esse motivo, há um “confronto de datas” com o que diz o texto. “Tudo o que paguei, ou transferi, até 23 de junho nada tem a ver com o arrecadado via Pix”, declarou.
O ex-presidente foi aplaudido na tarde deste domingo ao sair do restaurante Galeteria Beira Lago, no Setor de Clubes Esportivos Sul, área nobre de Brasília. Aos gritos de “Mito”, o ex-chefe do Executivo acenou para apoiadores. Estava acompanhado do seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e de sua neta, Geórgia.
Rolex
A CPMI também analisa e-mails de 6 de junho de 2022 em que o Mauro Cid negocia o valor de um Rolex recebido por Bolsonaro em viagem oficial à Arábia Saudita. Em inglês, a interlocutora pergunta quanto ele quer pela peça. O militar responde, por meio de uma servidora que fala inglês, que gostaria de receber US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil).