O ano passado foi desafiador para as organizações da sociedade Civil (OSCs) em termos de captação de recursos. É o que indica o levantamento do Monitor das Doações, ferramenta mantida pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), com o apoio do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE). Ela registra doações individuais acima de R$ 3 mil e divulgadas publicamente.
Até 31 de dezembro de 2023, foram registrados R$ 474,9 milhões em doações, representando apenas 33% do montante em 2022, que totalizou R$ 1,4 bilhão. Além disso, o número de doadores diminuiu em quase 60%, passando de 397 para 158.
“É preocupante a diminuição nos valores doados, por duas razões. A primeira é pelo volume menor, dificultando que as organizações tenham impacto em suas causas. Mas também sinaliza menor disposição por parte de doadores de revelarem que doam e em qual volume”, diz Fernando Nogueira, diretor-executivo da ABCR.
Causas
De acordo com o Mapa das OSCs, existem mais de 800 mil organizações sem fins lucrativos no Brasil. As doações são condição fundamental para que elas continuem atuando nas mais diferentes causas. Dentre as causas mais apoiadas em 2023, segundo o Monitor de Doações, estão saúde, meio ambiente, assistência social, educação e fortalecimento da filantropia.
Os maiores doadores de 2023 incluíram empresas, organizações e personalidades. Depois do BNDES e da Embaixada da Alemanha, a Sigma Lithium, produtora de lítio do Vale do Jequitinhonha (MG).
Também houve doações de pessoas físicas. A advogada e empresária Nora Teixeira repassou R$ 36 milhões para uma instituição que leva seu nome – o Hospital Nora Teixeira, de Porto Alegre (RS).