A equipe de reportagem do jornal O Popular desmontou na tarde de quarta-feira alegação do prefeito Rogério Cruz, feita via assessoria, de que ele não teria sido intimado da ação que pede a anulação da sua posse no cargo. Antes o mesmo jornal havia procurado o prefeito para saber o motivo da perda de prazo para apresentar sua defesa e foi informado que Rogério soube da ação naquele momento, pela reportagem.
Ao relatar essa resposta, o ENTRELINHAS já adiantou que ele não procedia, pois o prefeito teve reuniões com advogados para traçar sua estratégia de defesa. O Popular provou isto no final da tarde, ao ter acesso à certidão assinada pela oficial de Justiça Karla Barros Costa, no dia 10 de junho, constatando que Rogério Cruz foi intimado. “Após ouvir a leitura do mandado, (o prefeito) aceitou contrafé que lhe ofereci, sendo que a nota de ciente foi dispensada, excepcionalmente, devido ao risco de contágio pelo coronavírus”, diz um trecho do documento assinado pela oficial. Com a perda do prazo, o processo pode correr à revelia da defesa de Rogério.
A ação é movida pelo ex-vereador Paulo Daher (PMN), que pede a anulação da posse da chapa eleita em 2020 alegando que houve fraude na assinatura eletrônica do prefeito eleito, Maguito Vilela, de quem Rogério era vice. Daher argumenta que Maguito, internado numa UTI em São Paulo por causa da Covid-19, não estava em plena consciência. Agora a pergunta no meio político é se a defesa de Rogério perdeu o prazo propositalmente, para não ter que se pronunciar por agora, ou se foi por cochilo mesmo.