Existem quatro empresas interessadas na compra das operações da distribuidora de energia elétrica Enel em Goiás, mas duas são consideradas as maiores apostas no mercado para uma compra: Equatorial Energia e Energisa. A EDP Brasil (que arrematou neste ano a Celg GT) e a CPFL Energia também estariam no páreo, mas demonstram menor disposição em desembolsar quase R$ 10 bilhões pelo negócio.
A Energia tem distribuidoras de energia em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Minas Gerais. Portanto, a aquisição da operação em Goiás criaria uma maior sinergia para a atuação da empresa no Centro-Oeste. E a Equatorial está com grande apetite para ganhar mercado via aquisições. Recentemente, comprou distribuidoras de energia no Amapá e no Rio Grande do Sul.
As empresas que analisam a possibilidade de comprar a Enel Goiás avaliam que é uma rara oportunidade de ganhar mercado (são cerca de 3 milhões de consumidores no Estado) fazendo negócio direto com outra empresa privada. É menos burocrático do que participar de um leilão de concessão pública.
Entretanto, uma negociação deste tamanho não é tão rápida como gostaria a Enel. A expectativa da empresa que atua em Goiás é de vender a sua concessão no Estado até agosto. Mas o negócio pode ser concluído até outubro. Além do valor pedido (US$ 2 bilhões), é preciso fazer um minucioso levantamento sobre endividamento, encargos, investimentos necessários, etc.
A Enel pagou R$2,18 bilhões pela Celg D em 2016, com ágio de 28% sobre o preço mínimo pedido na época, embora foi a única empresa a fazer uma oferta pela estatal goiana. Apesar de garantir que tem realizado investimentos em Goiás, a empresa tem demonstrado dificuldade para melhorar a qualidade dos serviços de quanto ainda existia a Celg D. No ano passado, entre 29 distribuidoras de energia no Brasil, a Enel Goiás ficou na 26ª posição no ranking da Aneel sobre a qualidade do serviço destas empresas.
Saiba mais: Enel retoma venda da sua operação em Goiás: quer R$ 10 bilhões