Uma pesquisa do Instituto Federal de Goiás (IFGoiano) realizada na região de Iporá aponta que os pequis nativos correm risco de acabar naquela parte do Estado. O estudo mostra que, em áreas de reserva e, principalmente, de pastagens, o pequi não apresenta sinais de rebrota. Sem a reposição com plantas jovens e o avanço da soja e da pecuária em áreas de Cerrado, a perspectiva para o fruto símbolo de Goiás não é boa.
O estudo, que foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e divulgado pelo jornal O Popular, mostra que a coleta intensa do fruto para consumo e comercialização também dificultam a reprodução da espécie. Os pequizeiros são, naturalmente, árvores de difícil germinação.
A bióloga Vânia Sardinha dos Santos Diniz, coordenadora da pesquisa, conta que em áreas de pastagem, onde as pessoas têm acesso mais fácil aos pequizeiros, não foram encontradas árvores jovens. E em pontos de reserva ambiental, onde o acesso é mais difícil, foram encontrados poucos exemplares.
A mesma equipe de pesquisadores aponta os caminhos para manter a abundância da árvore no Oeste goiano: a preservação de áreas de reserva e o plantio de mudas ou sementes. Eles fizeram um experimento com plantio de sementes e, após um ano, 60% delas prosperaram sem a necessidade de utilizar algum tipo de adubo ou suplemento no solo.