A economia brasileira começa dar primeiros sinais claros de que pode sofrer nova retração. Nesta quarta-feira (19/7), a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou queda de 3% em maio deste ano, na comparação com abril. Ontem, a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio, considerado uma prévia oficial do PIB, apresentou queda de 2% ante a abril, na série livre de efeitos sazonais.
Segundo a coordenadora do estudo da FGV, Juliana Trece, o recuo da atividade econômica brasileira em maio foi influenciado pelo fim dos principais meses de colheita da soja. Como o crescimento do PIB nos primeiros meses foi puxado pela produção do grão, o fim da colheita provocou um recuo no indicador em maio.
Entretanto, ela frisou que mesmo que o maior responsável pela queda tenha sido a agropecuária, houve recuos também nos setores da indústria e dos serviços, influenciados pelos juros elevados.
Comparação com 2022
No entanto, na comparação com maio do ano passado, o estudo da FGV aponta que a economia brasileira cresceu 1,8%. Também registrou alta de 3,5% na comparação do trimestre encerrado em maio deste ano com o mesmo período de 2022. Embora com número diferente, o mesmo apontou o IBC-Br: na comparação entre os meses de maio de 2023 e de 2022, houve crescimento de 2,15% do PIB.
O monitor da FGV não é a pesquisa oficial sobre o desempenho da economia brasileira. Oficialmente, o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado trimestralmente. O dado mais recente do IBGE aponta que – no primeiro trimestre deste ano – a economia brasileira cresceu 1,9% na comparação com o último trimestre de 2022. E 4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, além de ter acumulado alta de 3,3% em 12 meses.
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