Com a popularidade em baixa, o governo de Jair Bolsonaro anunciou a prorrogação por mais três meses do atual auxílio emergencial, que se encerraria neste mês. Vai agora até outubro, embora ainda não foi informado se serão mantidos os valores atuais, de parcelas entre R$ 150 e R$ 375.
Bolsonaro planeja implementar ações que gerem apelo popular e deem impulso para sua tentativa de reeleição. Mas, por falta de espaço no Orçamento, o ministro Paulo Guedes já pediu que o presidente escolha sobre o que quer priorizar: o novo Bolsa Família, reajuste dos salários de servidores federais ou investimentos em obras públicas.
Não será uma escolha fácil ao presidente, porque as projeções são de menos dinheiro no bolso dos brasileiros, às vésperas das eleições. A disparada no preço de itens essenciais, como alimentos e energia, vai derrubar em 17,7% o poder de compra das classes D e E, segundo a Tendências Consultoria. Esse grupo representa mais da metade das famílias brasileiras, cuja renda é de até R$ 2.700. Enquanto do outro lado, o poder de compra da classe A terá uma alta de 3%.
Para a economista Zeina Latif, apesar de projeções menores para a inflação de 2022, os alimentos vão continuar subindo, os juros estarão mais altos e deve haver recomposição dos valores dos aluguéis, que foram renegociados para baixo ou não tiveram reajuste.